Objetivo: Travessia das Sete Quedas

Depois de um longo recesso devido principalmente a falta de viagens, aí vai meu relato sobre minha passagem pela Chapada dos Veadeiros.
Precisava de uns dias de descanso e resolvi aceitar o convite de uma amiga (Evie Negro) para conhecer um pouco de Brasília e a maravilhosa Chapada dos Veadeiros. 
Para isso tentei me preparar fisicamente, com algumas caminhadas e passeios de bike no calçadão, lógico que devido a minha falta de tempo esse preparo foi um tanto relapso. Mas como dizem: músculo tem memória e fiz com que ele se lembrasse de como se trabalha.
Mochilas em frente ap Congresso Nacional, como pesam!
Cheguei em Brasilia no dia  26/09 e fiz uma visita monitorada pelo Itamaraty, pois é, foi o lugar que consegui para deixar minhas mochilas enquanto esperava a Evie sair do trabalho, estranho né? Ainda bem que não me viram como uma terrorista. Bom, mas caso alguém queira conhecer o local tem que reservar a visita pelo telefone (61)2030-8051. 
Vista do Congresso com o Itamaraty
Dia seguinte não queria fazer passeios cívicos, por isso resolvi aceitar o convite de uma outra amiga (Viviane) para fazer um passeio no Parque da Cidade, bah tchê, bem no dia do gaúcho, ela se sentindo como tal, me fez andar 10km! Ufa, passei no teste, mas ganhei uma bolha no pé.
A noite nosso destino era a tão sonhada Chapada dos Veadeiros. Acordamos um pouco tarde no sábado, tomamos nosso café, muito bem servido no Hostel Casa da Sucupira (61) 9959-6533 (pernoite com café da manhã - R$40,00), pegamos nossas mochilas que foram arrumadas com o devido planejamento para a Travessia das Sete Quedas (23km em dois dias). Para evitar peso desnecessário, pouca roupa, no máximo 2 mudas de roupa e uma blusa de frio para a noite, saco de dormir, barraca, isolante térmico, protetor solar, algumas fatias de pão e queijo, barrinhas de cereal para comer na trilha, capelete - encontramos um que não precisa de geladeira, e um sachê de sopa pronta para engrossar o capelete. Ok, o biquini já estava no corpo e levamos também alguns itens de higiene pessoal e tolha de secagem rápida (quase desnecessária - devida a pouca umidade e ao grande calor dia e noite) e água.
Iniciamos a trilha às 10:10 com muita empolgação

Após cerca de 4 quilômetros de caminhada e muito sol torrando, o som de uma cachoeira veio a calhar, encontramos a entrada para o Cânion I, que estava com uma placa de proibido, mas que devido ao calor e ao folheto entregue pelo Parque, ignoramos e foi perfeito! Além de uma boa oportunidade para completar as garrafas de água, utilizamos a técnica de hidratação por osmose.
Cânion I
Continuamos nossa caminhada por mais 4 quilômetros até o local para realizar a travessia do rio. Vale ressaltar que era o final da época de seca, portanto, onde deveria correr alguns riachos, não havia nem rastro de água, apenas pontes e pedras sobre terra seca. Devido a vegetação característica do cerrado, campos rupestres e veredas, as sombras também eram bem escassas.
Evie fazendo pose, hehe ela vai me matar por esta postagem!
Finalmente chegamos ao local da travessia do Rio Preto e eu já estava acabada! Ao chegar lá a Fernanda, Camila e o Ronald, que também estavam realizando a mesma trilha, já estava dando início aos preparativos do almoço, que eles compartilharam conosco. Não sou de comer beterraba, mas eles fizeram uma salada que ficou super light e refrescante, com direito a beterraba e cenoura raladas na hora e outras outras coisinhas mais. Depois ficamos na dúvida se eles eram mesmo tão solidários ou se o interesse era esvaziar a mochila deles, que coitados estavam LOTADAS!
Travessia do Rio Preto
Ronald e sua máscara!
Reiniciamos a caminhada por volta de 15h, daí em diante tudo doía e incomodava, era o pé, joelho, mochila, lombar, até a alça do biquini. Acho que nunca andei tanto num único dia! Preenchemos as garrafas com água e seguimos a trilha por mais 8 quilômetros até o camping.
mulherada animada: Fernanda, Luana, Evie e Camila

Sol se pondo: Fernanda, Ronald e Camila, turma animada!
Chegamos ao camping com os últimos raios de sol, montamos as barracas, para depois tomar um esplêndido banho a luz de velas e lanternas no Rio Preto. Foi mágico, a água estava quente e o banho foi relaxante e com muitas risadas. Depois de tanto "trilhar" e estarmos cheirosos era hora de satisfazer a fome. 
Enquanto a Evie preparava o capelete, a Fernanda preparava a entrada com linguiça frita, e pão com chancliche, chick demais! O prato principal foi um arroz carreteiro com carne seca preparado pela Fernanda e Ronald. O jantar coletivo foi regado a vinho, alegria, muita história e banhado pela bela lua cheia que nos iluminava. 

Pela cara da Evie dá para perceber que o capelete ficou muito bom
Camila e eu só provando as comidinhas

Casal fera nos rangos

Tivemos o cuidado de limpar toda a área, pendurar os restos de comida em árvores distantes para não atrair animais de hábitos noturnos, principalmente as onças que vivem ali no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
Dia seguinte iniciamos com muita organização, primeiro café da manhã, depois desmontar barracas e arrumar as mochilas, para só depois seguir para o rio e nos divertir.
café da manhã compartilhado e farto
Camila estava realmente muito feliz com sua nutella
Eu e Camila em cima da pedra no meio do rio, pscicobloc!
Eu e Camila resolvemos nadar após apreciar a paisagem que nos foi omitida na noite anterior, a partir daí, as melhores imagens com certeza ficarão em nossas memórias e não pudemos registrar, pois fomos subindo o rio pelas corredeiras e sempre chamando os demais a continuar conosco, a cada queda, encontrávamos mais quedas e mais quedas. Foi fantástico! Fizemos hidromassagem nas quedas d'água e nos divertimos sentadas atrás da cortina de água de uma delas. Uma pena não termos levado as máquinas para registrar a beleza desse lugar, mas tenho certeza que os momentos que lá desfrutamos ficarão em nossa memória. Parecíamos crianças, mas infelizmente já estava na hora de voltar ao acampamento, o retorno foi rápido e por isso resolvemos contribuir para a redução de peso nas mochilhas e fizemos mais um almoço compartilhado. A energia estava tão boa e a alegria transbordava por nós. Tive vontade de ficar mais um dia, mas não seria o mesmo sem essa turma.
Então, seguimos mais 1km até onde atravessamos mais uma vez o Rio.
Primeira foto com toda a turma

Travessia do Rio Preto

Olho para traz e a vontade é de ficar 

Seguindo a trilha 
 Após a travessia seguimos mais 3km com certa elevação, cerca de 1150 metros do nível do mar, fizemos os joelhos e panturrilhas trabalharem bem. Até que finalmente chegamos a torre de observação de incêndios, local onde se liga para a pessoa que fará o resgate, no nosso caso chamamos o Dyogo (do hostel) que nos cobrou R$60,00 para os cinco. Ficamos mega felizes com o fim da trilha e com o valor cobrado por ele que demos pulos de alegria. E faltava apenas mais 3 km até o final.




Pegada de onça na trilha final

chegando ao final
Ao final da trilha colocamos nossos cartões
Não esqueça de depositar os cartões na caixa para que os gestores do parque saibam que você finalizou a travessia sem maiores problemas. 
OBS: a trilha é bem marcada e sinalizada pelas setas e os postes laranjas.

Ao retornarmos à vila de São Jorge nos maravilhamos com os deliciosos pratos de macarrão e executivos no Restaurante Buriti, do tipo bom e barato. Macarrão tipo Spoleto R$14,00 e prato executivo muito bem servido R$25,00 quem comem tranquilamente três pessoas.


Comentários

  1. Ola, amei seu post.... Que me encorajou e ao mesmo tempo me deu um frio na barriga ou seria uma dor no joelho... Me conta sobre a subida do segundo dia... Obrigada Estee

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  2. Olá Ester, que legal que gostou, pois eu amei, rsrs. Foi minha primeira travessia e te confesso que o desnível dela é bem tranquilo. Quando fui o clima estava muito seco; para se ter uma ideia, passei por muitas pequenas pontes onde não se via o riacho que ali deve passar na época de chuva e no pós chuvas. Por isso, considerei o primeiro trecho, mais cansativo. Andamos em área aberta, um descampado muito grande, sem sombra, apenas pequenos arbustos. No segundo dia, o trecho é mais curto e com árvores maiores. A dica é aproveitar cada riacho e cachoeira para se molhar inteira e repor as garrafas d'água. Boa travessia.

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