Climb e chuva não combina

Feriadão perfeito para um lugar perfeito. Tudo planejado com certa antecedência. E na sexta-feira de carnaval parte um grupo de 11 capixabas para Lapa do Seu Antão - MG, para aproveitar as várias dezenas de vias de escalada que o local possui.

Após cerca de 9 horas de viagem, grande trânsito de carros no sentido contrário, afinal, a mineirada estava em direção ao mar e nós, em busca das montanhas e rochas mineiras, enfim chegamos. Porém, o céu demonstrava que tinha muita chuva para cair.

Placa com o nome de uma das vias.
A chuva deu um tempo e resolvemos ir conhecer os setores da Lapa do Seu Antão, que fica no distrito de Fidalgo, que pertence a Pedro Leopoldo, contudo, pertinho da Lapinha em Lagoa Santa. Fiquei extasiada ao ver a variedade de vias e a beleza do lugar, parecia um lugar mágico, apesar da água de chuva que escorria na grande maioria das vias. Mas é incrível estar num lugar como este, além do mais, o zelo dos guardiões da Lapa é fantástico, algo que deve ser copiado em diversos points de escalada espalhados pelo Brasil. Parabéns aos guardiões e aos escaladores locais.
Churrasco no Abrigo da Lapinha.
Como a chuva não deu trégua, nos demais dias aproveitamos para descansar, confraternizar e passear. Resolvemos nos encontrar com outra turma de capixabas que estavam na Serra do Cipó, também lamentando a chuva que caia, para se aventurar no Parque Nacional da Serra do Cipó. Iniciamos a trilha com o objetivo de chegar ao Canyon das Bandeirinhas (15km), apesar do aviso de ser impossível chegar lá ou a qualquer cachoeira, devido ao nível do rio. Mas como escalador sempre tem uma corda por perto, carregamos uma corda de rapel para ajudar na travessia se fosse necessário.


Ainda no início da caminhada Xerxes e Chuck resolveram ir correndo (são loucos, mas chegaram lá). Por todo o trajeto passamos por diversos pontos de alagamento e brejos. Encontramos o primeiro rio (rio das Pedras), mas achamos muito tranquilo e atravessamos. Ao chegar no ponto que dividia a trilha do Canyon e  para a Cachoeira do Farofa (6km, faltando apenas mais 2km), decidimos pelo mais próximo. Seguimos mais um pouco e encontramos um rio de águas escuras e muita correnteza, e como se não bastasse, estava fundo. Ok, adoro aventura!!!!!

Rio das Pedras

Mas nesse ponto muitos desistiram, ainda mais com a chuva que recomeçou. Foi então que eu, Dunada e Leonardo (que conhecemos na trilha) deixamos as mochilas escondidas, atravessamos a nado e esticamos a corda para uma necessidade na volta, afinal, tromba d'água é uma coisa normal naquela região.

Valeu a pena, apesar da trilha alagada, pois a cahoeira é linda! E estava especialmente linda com tanto volume de água, imagino que vê-la daquela forma é para poucos, afinal, é arriscado e proibido. Depois de contemplar a cachoeira de cerca de 150 metros (com 2 quedas) partimos rumo a portaria principal do parque. Percebemos que a trilha estava ainda mais alagada e o nível do rio também tinha subido, a corda ajudou muito na travessia de volta. Aventuras a parte, mas a fome e a dor no corpo apertaram.

Cadena da Lú na via Secozinho VI - Sítio do Rod

Dia seguinte resolvemos conhecer o sítio do Rod. Caramba! Como pudemos ficar tantos dias alí tão perto e não ir lá. O lugar é fantástico, não é tão grande como a Lapa do Seu Antão, mas tem 2 setores, com grutas e vias secas, mesmo com muita chuva caindo. Deu para aproveitar um pouco, afinal, estava dolorida da caminhada do dia anterior.

Mas como tudo na vida, devemos aproveitar ao máximo as oportunidades. Portanto, aproveitei mesmo é para conhecer os lugares, vias, cachoeiras, pessoas...

Minas, me aguarde, vou me preparar e voltar! 

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